O jogo começou mais brigado, mais pegado, com muito mais contato físico do que o normal nesse começo de jogo. O juiz se omitiu em vários lances, errando pros dois lados.
Aos 4 minutos, o primeiro lance de Luís Fabiano, lance que todos imaginam ter sido uma pintura, pela qualidade que ele tem. Mas não, foi uma furada mesmo. O atacante não pega bem na bola, e sai mascada para ficar com Fábio. Já aos 8 minutos, Jean tabela com Luis Fabiano e chuta na entrada da área. Como era de se esperar, para fora.
O primeiro lance de perigo do Cruzeiro veio após bonita jogada pela esquerda. Farías deixou de calcanhar para Leo, que chutou no canto, e Rogério defendeu. A resposta veio no minuto seguinte quando Cícero lançou Luis Fabiano, mas a bola foi muito forte e ficou fácil para Fábio segurar.
Aos 12, após jogada pela direita de Montillo, que recebeu nas costas do João Filipe e Jean, Keirrison recebe cruzamento e bate sem chances para Rogério.
O time paulista sentiu um pouco o baque, e não teve muitas chances de arriscar, e a defesa continuava falhando. Aos 18 minutos, uma chance tímida após boa jogada de Luis Fabiano, que tocou para Dagoberto e foi travado na hora do chute. Aos 23, após troca de passes entre Cícero e Luís Fabiano, a bola acaba sobrando para Jean que arrisca e acerta a trave. A resposta veio com Farías que recebe na área, domina e vira sob a marcação de Carlinhos Paraíba para chutar, mas pega muito embaixo e a bola sobe demais.
No contra-ataque, o Cruzeiro foi rápido e João Filipe marcou bobeira, deixando Keirrison livre. O próprio recebe e Jean salva, dando um carrinho providencial, botando para escanteio.
Aos 29 minutos, Cícero arrancou pelo meio, deu o drible da vaca, entrou na área, driblou o Fábio e se jogou. O juiz marcou penalti, e Luis Fabiano foi para a bola. Cobrou no canto esquerdo do goleiro, que defendeu. Chance desperdiçada.
Aos 38 após cobrança de escanteio, Everton pega rebote, leva pra perna direita e arrisca. Por muito pouco não sai o segundo gol, que Rogério Ceni evita fazendo boa defesa.
Aos 43 Cícero toca de calcanhar para Luis Fabiano, que deixa de calcanhar para Dagoberto, que toca fraco na saída do goleiro, e a zaga chega a tempo de tirar para escanteio. Essa foi a ultima chance boa do São Paulo no primeiro tempo.
Com 2 minutos do segundo tempo, Dagoberto cobra a falta rolando para Cícero, que desceu o pé e quase faz um golaço, Fábio foi no cantinho pegar a bola, fazendo a defesa em dois tempos.
O São Paulo continuou atacando, fazendo pressão, e o Cruzeiro teve poucas chances de ampliar, e quando subia, o São Paulo havia acertado a marcação. Exceto por um lance, aos 10 minutos do segundo tempo, quando após bom cruzamento e falha de marcação do Paraíba, Farías erra a bola e fura o cabeceio. Se acertasse, era gol na certa. Em resposta, Dagoberto levou a bola pela ponta e jogou na área. Rivaldo domina, mas Victorino corta.
Aos 14 minutos, um golaço. Dagoberto toca para Cícero, que faz a finta de corpo e deixa a bola passar para Luís Fabiano, que de primeira toca de novo para Cícero, que chuta na saída de Fábio. Aos 19 minutos, Dagoberto cruzou a bola na área e João Filipe recebeu livre, tocou para Luis Fabiano, que estava atrás da linha da bola, e marca. O juiz anula o gol legal. Mas como as coisas acontecem justamente, no lance seguinte, Dagoberto vai na raça, dividindo e driblando e marca um golaço para o São Paulo. 2x1, de virada.
Após o segundo gol, o Cruzeiro, que estava sumido apenas assistindo o São Paulo jogar, acorda um pouco e leva perigo duas vezes seguidas ao gol de Rogério, sendo que uma delas foi de novo em cima de Paraíba.
Aos 27 minutos, Rivaldo cometeu uma falta boba, desnecessária. Após cruzamento, Rogério espalma pra frente, Luis Fabiano escorrega e não consegue chegar na bola. Charles pega de primeira e empata o jogo novamente.
O gol deu um outro ânimo para o Cruzeiro, mas não foi o suficiente. Aos 31 minutos, Dagoberto recebe a bola e cruza. Juan sai de trás e cabeceia para o gol, botando o São Paulo novamente na frente.
Um escanteio e outra falha de marcação. Foi isso que definiu o terceiro gol do Cruzeiro, aos 34 minutos. Após a cobrança, Charles desvia e Anselmo Ramon, que estava completamente livre, só tem o trabalho de desviar para o gol. 3x3. O gol faz com que o Cruzeiro comece a gostar do jogo, e acende a torcida mineira. Tanto que aos 43 minutos, após falta boba de Juan, a cobrança direta faz com que Rogério evite o gol.
Aos 46, Denilson foi expulso.
E o jogo termina assim, 3x3.
O Primeiro Tempo não foi feliz para o São Paulo, e alguns jogadores colaboraram para isso. Primeiro, uma falha coletiva no gol do Cruzeiro. Carlinhos Paraíba fez uma lambança na marcação, errando inúmeras vezes. Luis Fabiano mais atrapalhou do que ajudou, e isso dói demais falar. Perdeu um penalti que simplesmente não podia perder, bateu mal, meio fraco, rasteiro e nem muito no canto.
Apesar do São Paulo estar quase sempre no ataque, não criou muitas oportunidades de gol, e quando as criou, perdeu. Foi assim com Jean, duas vezes, e Dagoberto, no fim do primeiro tempo.
Uma surpresa no primeiro tempo foi Cícero, que jogou muito bem. Soube sair jogando e driblando, criou boas oportunidades de gol e ainda foi malandro o bastante pra cavar o penalti, apesar de que acho que seria mais prudente ter tentado o gol. Agora, Carlinhos Paraíba voltou a jogar o futebol medonho que apresentava quando começou sua passagem pelo São Paulo.
Já o Segundo Tempo foi animador. Com o São Paulo pressionando mais, e jogando melhor, a vitória era questão de tempo. Mas isso por causa do ataque, pois a defesa foi uma mãe.
O ataque funcionou. Com jogadas belas de Dagoberto, Luís Fabiano e Cícero, o São Paulo chegou a virada, mas a defesa não ajudou. Foram vários erros, e deixaram o empate acontecer. Numa bela jogada de Dagoberto, Juan colocou o São Paulo na frente. Isso, na teoria, deveria deixar a defesa mais atenta para não tomar gol. Deveria, mas não aconteceu. Numa cobrança de escanteio, um gol ridiculo do Cruzeiro tirou 2 pontos do São Paulo.
Uma visão um pouco mais pessimista já se pode adiantar que o São Paulo precisará de muita sorte para ser campeão. Sorte, pois precisa contar com um tropeço grupal para assumir a ponta até o fim do Campeonato. Uma injustiça, de certa forma, pois hoje o ataque funcionou direitinho. Do meio campo para frente o time jogou muito bem, com a exceção de Carlinhos Paraíba.
É questão de acertar pequenos detalhes, e esperar o Fabuloso estar 100%. A vaga da Libertadores já está garantida, mas queremos mais. Merecemos mais.
Num geral, o São Paulo foi o melhor time em campo hoje. Foram jogadas de acaso que resultaram nos dois gols cruzeirenses.
Mas uma coisa é verdade, time que quer ser campeão não pode ter uma zaga dessas.
Notas
Rogério Ceni: Fez o que pode lá atrás, fazendo defesas importantes. O resultado não é culpa dele, muito pelo contrário, evitou o pior. 8,0
Juan: O gol salvou a atuação dele. 6,0
Rhodolfo: Falhou no primeiro gol, e em varias outras ocasiões. 4,5
João Filipe: Falhou, assim como Rhodolfo, em vários lances do jogo. 4,5
Jean: Não fez uma partida muito boa, mas também, depois de tanto tempo sem jogar com o time, não poderia simplesmente aparecer e jogar10. Precisa urgentemente aprender a chutar. 5,5
Carlinhos Paraíba: Horrível. 4,0
Denílson: Expulso, ZERO.
Cícero: O nome do jogo. Cavou penalti, driblou, armou, quase fez um gol no começo do jogo, empatou. Nota máxima, DEZ!
Rivaldo: Jogou os 90 minutos e mostrou que tá em forma, mas não contribuiu muito para o time. 6,5
Luis Fabiano: Se fosse pelo primeiro tempo, a nota seria muito baixa. Mas o segundo tempo foi ótimo. Já jogou 90 minutos, e logo logo estará 100%. Perdeu penalti, mas deu uma assistência, fez um gol mal anulado e fez pivô em várias outras situações. 7,5
Dagoberto: Gol, Assistência, dribles. O que suja sua atuação hoje foi ter forçado o cartão amarelo. Mas ainda assim, um dos melhores do time. 9,5.